É como vos digo...

...como se escrever fosse a coisa mais natural deste mundo, como se escrever o que quer que seja possa mudar só por si uma coisa qualquer, como se só por mim eu fosse capaz de lembrar letra a letra o que só esta página tem escrito, por mim.

Como se alguma das vezes em que eu soube onde ia acabar o que eu queria escrever trouxesse a mim o porquê do que ia na realidade acabar por ficar escrito sem ligar a minima importância ao que não ficou no papel porque a ideia foi bem mais rápida que a mão, ou o lápis, ou a caneta, ou o que quer que seja...

Por exemplo:
Como se eu de repente quisesse escrever numa só pagina tudo o que existe de maravilhoso neste mundo e ficasse, nem que por breves momentos, monumentalmente convencido de que o consegui fazer sabendo eu que nem um pequeno quinhão de tudo isso vai ser do meu conhecimento durante o meu tempo de vida…

Ou então:
Começar a escrever algo a partir duma única palavra e nem dar conta que assim fui capaz de dizer tudo o que inconscientemente me apetecia dizer.

Ou ainda:
Ter jorrado uma mão cheia de pensamentos, talvez até duas, para dentro das fronteiras duma simples folha de papel e deita-la fora sem sequer perceber que tudo o que lá escrevi vou rescrever no futuro…

Como quase nada do que eu escrevi dá razão á minha vontade insaciável de escrever quero apenas dizer que a razão de ser das coisas ainda não é o suficiente para mudar a minha vontade. Ou será que tudo isto é o contexto mais correcto para mostrar o que sinto e sou apenas eu que não consigo notar que assim o é?

A liberdade de expressão é uma coisa eternamente gratificante.
Mas também no meu mais humilde conceito de sinceridade vos digo:
Não era nada disto que eu tinha para vos dizer...

Desculpem.

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